Aluna de Medicina leva atendimento a comunidades ribeirinhas de Rondônia no Doutores Sem Fronteiras
16/09/2019 18h03
Mariana Cristina Ricci, do 6º termo de Medicina, participou pela primeira vez do projeto
Por Daniel Torres
“Foi uma experiência profissional e pessoal incrível!”. Essa é uma das expressões que podem descrever a realidade vivida por 15 dias durante o mês de junho pela estudante Mariana Cristina Ricci, do 6º termo de Medicina do Centro Universitário de Adamantina (UniFAI), que participou pela primeira vez do projeto Doutores Sem Fronteiras.
Organizado pela Associação Doutores Sem Fronteiras, uma organização não governamental (ONG) sem fins lucrativos, o projeto leva para a população ribeirinha e indígena da região amazônica atendimento médico e odontológico especializado.
Segundo a Associação, o intuito da ONG é “erradicar a falta de acesso de determinadas populações às premissas básicas de saúde, educação e bem-estar, sem interferir na cultura, religião e características sociais das localidades atendidas”.
“Eu conheci a ONG por uma reportagem no site da UniFAI e me apaixonei pelo projeto à primeira vista. A curiosidade e o desejo de participar de uma ação como essa, me fez ir a várias reuniões em São Paulo para participar do processo seletivo. Foram mais de seis meses idealizando, até que eu fui selecionada para participar da primeira etapa da ação de 2019, que iria ocorrer no Barco Hospital, percorrendo toda a margem dos rios Guaporé e Mamoré, em Rondônia, por 15 dias”, contou Mariana.
A estudante revelou que participar de uma ação como essa a fez viver a realidade tão distante que milhares de pessoas vivem no Brasil. “A cada aldeia indígena, minha visão sobre os índios mudava. A cada dia, minha vontade de colaborar e promover saúde era maior. Me apaixonei ainda mais pela profissão que escolhi e tive ainda mais certeza de que estou no caminho certo”, revelou.
Para chegar à primeira aldeia a estudante enfrentou sete horas de ônibus e oito horas de barco. “Não era incomum atender idosos que nunca passaram por consulta com um oftalmologista na vida e mulheres grávidas de mais de seis meses sem nunca terem feito um exame pré-natal”, disse ela.
Já em campo, a estudante fazia de tudo um pouco, desde separar medicamentos ou arrumar consultórios até realizar triagem de pacientes e atendimentos. “Eu auxiliava as médicas oftalmologistas e a médica ginecologista no que precisava. Desde que voltei eu costumo dizer que tive um semestre de aprendizado em 15 dias”, explicou Mariana.
“Agradeço à ONG Doutores Sem Fronteiras por poder participar de uma ação tão gratificante, à UniFAI pela oportunidade, e especialmente, aos meus pais por viverem comigo esse sonho desde o princípio”, completou.
“Essas ações, como a do [projeto] Doutores Sem Fronteiras, são muito interessantes porque o aluno, no curto período em que fica lá na região, aproveita em 15 dias coisas que ele teria conhecimento em um semestre em sala de aula, além de estar levando o nome da Instituição para outras regiões e fazendo um trabalho social muito bacana nas comunidades mais carentes. Todos ganham com isso. Ganha a Instituição, ganha o aluno e ganha a comunidade que é visitada”, destacou o pró-reitor de Extensão da UniFAI, Prof. Dr. Vagner Amado Belo de Oliveira, que deu total apoio para a participação da aluna Mariana no projeto no Norte do Brasil.