CRAS é a porta de entrada da Assistência Social
10/01/2025 17h17
São mais de 1200 unidades em todo o estado que oferecem acolhida, orientação, atendimento e acompanhamento social às famílias em situação desproteção social
“O maior aliado da população mais carente e desprotegida”. É assim, em poucas palavras, que o assistente social Thiago da Costa define o Centro de Referência de Assistência Social, mais conhecido como CRAS. Basta conhecer um pouco mais a fundo a estrutura e o funcionamento de uma das 1210 unidades espalhadas por todo o estado para perceber que não há exagero na afirmação.
Afinal, é por meio do CRAS que a população tem acesso a serviços, benefícios e programas socioassistenciais e de desenvolvimento social executados pelo município e cofinanciados pelos governos estadual e federal. “Em outras palavras, é onde as famílias em situação de vulnerabilidade encontram acolhida, orientação, acompanhamento e atendimento social”, explica a coordenadora de Assistência Social da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Social (SEDS), Tatiane Magalhães.
Desde o início de 2023, o Governo do Estado de São Paulo já financiou, de forma integral ou parcial, a instalação de 19 novos Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) em 17 municípios: Andradina, Araçatuba, Bauru, Birigui, Buritama, Cafelândia, Cravinhos, Igaraçu do Tietê, Itupeva, Santa Branca, Bananal, Ribeirão Preto (duas unidades), Caraguatatuba, Franca (duas unidades), Lençóis Paulista, São Carlos e Tabatinga. Isso foi possível graças à Resolução nº33/2021, que autoriza repasse, via Fundo Estadual de Assistência Social (FEAS), de recursos financeiros para custeio de ações com esta finalidade.
A iniciativa tem feito a diferença na vida de muita gente. “O trabalho das equipes não apenas previne situações de risco, mas também garante proteção social, acesso a direitos, e o fortalecimento de vínculos familiares e com os territórios em que as pessoas transitam e exercem sua cidadania”, diz Tatiane.
O assistente social Thiago da Costa atualmente é coordenador técnico do CRAS Promissão, um dos seis existentes em Diadema, junto a um CRAS Móvel. As maiores demandas da unidade, inaugurada em maio de 2024, são por orientações sobre acesso a programas de transferência de renda, como Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), além de inclusão e atualização no CadÚnico e solicitação de apoio às situações familiares.
Além da acolhida realizada na recepção, a unidade conta com auditório para ações coletivas e sala reservada para atendimentos individuais “As pessoas que nos procuram muitas vezes já estão fragilizadas”, ressalta Costa. Uma de suas maiores preocupações, portanto, é reduzir ao máximo a burocracia e humanizar a relação entre trabalhador e usuário do serviço. “Nossa função não é só preencher formulário. Precisamos ter sensibilidade para entender as necessidades de quem nos procura e, assim, fazer os encaminhamentos corretos. Temos que conhecer as pessoas e ouvir suas histórias”, afirma.
No Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), por exemplo, a finalidade é dar protagonismo e proporcionar ações que garantam o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Isso significa que, além do acesso à renda, o trabalho envolve a prevenção, proteção e acesso às seguranças de acolhida, convívio e sobrevivência a riscos circunstanciais. Quando necessário, realiza-se o encaminhamento dos membros da família a outros atendimentos, uma vez que o PAIF é a referência para todos os serviços da proteção social básica. “Esse processo garante acesso qualificado da família à Assistência Social e a outros direitos sociais”, diz Tatiane.
Os técnicos do CRAS também podem ofertar ou ser a referência para entidades que executam o Serviço de Proteção Social Básica no Domicílio para Pessoas com Deficiência e pessoas Idosas, com visitas regulares, identificação de demandas, potencialidades, oferta de cuidados e articulação de outras políticas. “O objetivo maior é prevenir o rompimento de vínculos familiares de pessoas dependentes de cuidados, garantir o acesso a direitos, o desenvolvimento da autonomia e a participação social dessas pessoas”, afirma a coordenadora.