Governo de SP prorroga quarentena até 31 de maio para conter coronavírus e evitar colapso na saúde
08/05/2020 18h45
Ritmo de contágio acelerado gera aumento crítico em número de infectados e mortes por COVID-19; isolamento social precisa chegar a pelo menos 55{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501}
O Governador João Doria confirmou nesta sexta-feira (8) que a possibilidade de flexibilização da quarentena em São Paulo está suspensa em todos os 645 municípios paulistas até 31 de maio. A prorrogação se deve ao ritmo acelerado de contágio do coronavírus e o aumento crítico no total de infectados e de mortes por COVID-19, com risco iminente de colapso no sistema de saúde.
“Como Governador de São Paulo, eu gostaria de dar uma notícia diferente, mas o cenário é desolador. Teremos que prorrogar a quarentena até o dia 31 de maio. Queremos em breve poder anunciar a retomada gradual da economia, como está previsto no Plano São Paulo”, disse Doria.
“O pior cenário é o que alia mortes e recessão. Adotar a quarentena, como fizemos aqui em São Paulo, não é uma tarefa fácil. Mas trata-se de proteger vidas no momento mais difícil e crítico da história deste país”, acrescentou o Governador. “A nossa decisão de prorrogar a quarentena é a decisão pela vida”, completou.
A aceleração acentuada da contaminação por coronavírus em São Paulo coincide com a queda sensível nos índices de isolamento social em todo o Estado. A média paulista chegou a 47{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501} na última quinta (7), muito longe da taxa considerada ideal, de 70{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501}, e abaixo do mínimo de 55{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501} estipulado como nova meta pelas autoridades em saúde.
A decisão do Governo do Estado foi avalizada integralmente pelos especialistas do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo. O grupo é coordenado interinamente pelo diretor do Instituto Butantan, Dimas Tadeu Covas – o médico infectologista David Uip, que já teve COVID-19 e conseguiu superar a doença, se afastou novamente da coordenação por recomendação médica.
A última reunião técnica dos 16 integrantes do Centro de Contingência do coronavírus aconteceu na última terça (5). A recomendação ao Governo do Estado pela extensão da quarentena foi unânime. Nos últimos 30 dias, o avanço da doença subiu 3.300{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501} no interior e litoral e 770{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501} na capital.
“Não existe nenhuma dúvida, do ponto de vista do Centro de Contingência, de que essas medidas têm que ser prolongadas em virtude da gravidade do momento”, afirmou Dimas Covas. Até a tarde de quinta, o Estado de São Paulo registrava 39.928 casos confirmados de COVID-19 e 3.206 mortes.
Embora o cenário atual seja muito preocupante, um modelo matemático do Centro de Contingência aponta que o isolamento social em todo o Estado de São Paulo evitou mais de 40 mil mortes desde o dia 24 de março. Porém, a alta taxa de ocupação de leitos em hospitais por COVID-19 é o principal gargalo que exige a manutenção da quarentena.
Na região metropolitana da capital, a taxa de ocupação de leitos para pacientes de coronavírus é de 89,6{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501} em UTI e 74,9{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501} em enfermaria, enquanto os índices estaduais ficam em 70,5{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501} e 51,3{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501}, respectivamente. Para que São Paulo possa sair da quarentena sem colocar o sistema de saúde em risco, os índices de ocupação hospitalar por COVID-19 precisam ficar abaixo de 60{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501}.
Quanto maior o tempo em que a taxa de distanciamento ficar abaixo de 55{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501}, mais longa será a necessidade de manutenção da quarentena nos 645 municípios de São Paulo. Caso as taxas subam, a flexibilização para reabertura de atividades não essenciais poderá ser adotada em junho.
Plano São Paulo
Os requisitos da flexibilização vão se basear em critérios técnicos que incluem, como fatores principais, a redução sustentada dos números de novos casos de COVID-19 por 14 dias e a manutenção da ocupação dos leitos de UTI em patamar inferior a 60{566cc9a385eb5c53176b33b2e5256920dc5e2831a279a8f78f8e371482bf4501}. As medidas são semelhantes às adotadas por países como EUA, Alemanha, Áustria e China.
A retomada total das atividades econômicas será norteada pelo Plano São Paulo, que vem sendo construído em diálogo permanente com o setor econômico. O Estado já recebeu e analisou contribuições de mais de 150 entidades e 250 empresas, que apresentaram mais de 3 mil diretrizes e propostas. As medidas vão priorizar os setores de acordo com a vulnerabilidade econômica e empregatícia. As áreas de Transportes e Educação receberão faseamento diferenciado.
Conselho Municipalista
O Governador ainda anunciou a criação do Conselho Municipalista, que irá pactuar as futuras decisões de flexibilização da quarentena e retomada total da economia em São Paulo. O grupo será composto pelos 16 prefeitos de cidades sede de regiões administrativas do Estado e pelo Governador João Doria, o Vice-Governador Rodrigo Garcia e os Secretários de Estado José Henrique Germman (Saúde), Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional), Patrícia Ellen (Desenvolvimento Econômico) e Henrique Meirelles (Fazenda e Planejamento).
– Veja apresentação: http://www.saopaulo.sp.gov.br/wp-content/uploads/2020/05/PlanoSP-v5-1.pdf
Assessoria de Imprensa
Secretaria Especial de Comunicação